segunda-feira, 21 de maio de 2012

Amores platônico...

Decidi compartilhar esse texto fantááástico!
Abriu os olhos, ouvidos, boca e coração! huahuahuhauahuahau
Enjoy! :)


"Aposto que você nunca se apaixonou platonicamente pelo mendigo maluco do seu bairro (daqueles que você mal vê a unha do pé de tão suja). Os amores platônicos tem sempre um alvo predileto: a pessoa fodona que você cruzou algumas vezes na vida e ficou babando que nem fã do Luan Santana.
Conheço muita gente que vive se lamentando sobre não conseguir fazer a outra se apaixonar por ela. Ficam alimentando um amor platônico por muito tempo e se relacionando com uma pessoa fantasma em sua imaginação. Normalmente elas miram aquela pessoa extremamente desejada por todos e que parece a mais bonita, interessante, inteligente, estável financeiramente e bem articulada no jeito de agir com os outros. Depois fica dias, semanas e meses numa masturbação emocional sem fim, vasculhando o Facebook, procurando o nome no Google, perguntando dele para qualquer contato direto ou indireto que o conheça. E pior ainda: tem gente louca que gosta de sentir isso preferencialmente por pessoas comprometidas ou artistas inacessíveis, tipo Kauã Raymond . Daquele tipo que fica se imaginando no lugar da Grazzi Massafera ou simplesmente odiando ela. É pedir para sofrer alimentar esperanças com alguém que não está na sua. Prato cheio para quem tem receio de encarar um relacionamento de verdade, olho no olho.

Agora pense com calma. Repare que não pensou no mendigo amigo e sim no cara fodão por pura vaidade e desejo de ser lançada ao patamar dele. Esse é o começo mais perigoso para uma relação – você já espera de mais e oferece de menos. Até se um milagre acontecesse você não ia segurar as pontas, pois sua base é frágil e a decepção seria certa, para os dois lados. Então, se você quer sair dessa armadilha emocional tem duas alternativas:
Primeira, abaixe a bola e seja sensata. Quando nos apaixonamos por alguém sempre é por aquilo que ela acrescenta em nossa vida e os sonhos que ela pode realizar. Isso é tipicamente egocêntrico, portanto seria mais generoso você se perguntar: “o que eu tenho a oferecer para essa pessoa que eu acho tão maravilhosa?”.
Se o fodão X desse bola para você, qual o impacto que teria no mundo dele?
Você ia segurar a barra ou ia infernizar a vida do cara por se sentir inferior na relação?
Você tem elementos pessoais que ficariam confortavelmente compatíveis com as expectativas altas que vê nele?
Qual experiência de vida tem a compartilhar que seja realmente interessante dentro no mundo dele?
Se você não sabe responder com convicção nenhuma dessas perguntas é um mau sinal. Sua vida precisa de cuidados. Talvez seria interessante olhar para o lado e ver aquele cara que está mais compatível ao seu mundo e com quem realmente possa trocar em pé de igualdade já que caiu na real que não é nenhuma perfeição.
Mas se isso parece pouco para você resta a segunda alternativa. Tenha uma vida significativa a tal ponto que o surgimento de um amor ao seu lado seja consequência natural de estar se movimentando pelo mundo. Se quer viver uma experiência espetacular não adianta esperar sentada em frente ao computador lambendo o avatar do Facebook dele.
O que faz uma pessoa se apaixonar por você é mais simples do que imagina. O amor começa e é realimentado na admiração. O que você faz de admirável aos seus olhos e que causa bem estar à sua volta? Se nem você gosta de olhar para sua vida e seu cotidiano, por que acha que outra pessoa seria obrigada a gostar? O fato de você se apaixonar por alguém é o único motivo pelo qual essa pessoa deveria retribuir o seu sentimento?
É preciso parar um pouco de olhar para fora e voltar seu olhar para dentro. Invista em você, amplie seus horizontes. Isso vai custar algum tempo, esforço, dedicação, dinheiro, mas no resultado final, será uma pessoa mais realizada. A melhor maneira de incitar o amor de alguém por você é se tornar uma pessoa realmente INSPIRADORA – só assim poderá viver o prazer de um amor real, em vez de um de faz de conta. Afinal, Cartola mesmo já dizia: olhar, gostar, só de longe, não faz ninguém chegar perto."
(Frederico Matos - Casal sem vergonha )

quinta-feira, 10 de maio de 2012

Sobrevive-se

Uma senhora, vizinha, há uns 2 anos atrás teve um surto psicótico. 
Ela pegou uma faca, enfiou na barriga. Foi uma gritaria. O samu chegou logo. Ela ficou internada no Hospital Psiquiátrico e esqueceu de quem ela era. 
Sumiu todas as lembranças. Ela que sempre foi super solícita, sempre passava na frente da minha casa, me cumprimentava. Ela se esqueceu de tudo. Dos filhos, do marido, dos netos, dos amigos. 
E hoje a vi, fazendo seu passeio diário matinal. Estava magra, pálida. O marido, ao lado, caminhando com ela, abatido,com as roupas amarrotadas. Acenei, sorri. Ele acenou. Ela continuou olhando fixamente pra frente, caminhando devagar. Um olhar sem expressão. 
Eu continuei em frente. E refleti ao longo do dia. 
Ela perdeu a identidade, dentro da cabeça dela deve apenas cantar o grilo. Ela não tem expressão nenhuma. Ela apenas sobrevive. Não consegue viver sozinha. Sempre vigiada. Sim, ela teve um pequeno surto, e a mente dela escolheu viver em outro mundo que não esse. Será que ela é mais feliz assim ? O psicótico sofre demais, até mesmo por escolher viver no mundo só dele, o mundo daqui de fora cobra uma postura que ele não quer.
Ela tem alguém do lado dela, que mesmo com a roupa amassada, com o olhar cansado, leva todos os dias para o passeio matinal, e esconde todas as facas da casa, porque por mais que tenha perdido ela fisicamente, ela já está longe e o maior medo dele é perde-la fisicamente. Ele a quer presente, mesmo ausente. E isso é sacrificante. ele sofre. ela não. ela não sabe o que acontece por aqui.